quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Simples assim! O menino cresceu!

O tópico é daqueles enormes, dividi em partes como fiz em outro post anterior, quem quiser leia uma parte e depois a outra.

Parte 1

Passou em um programa local uma matéria sobre homossexualidade na minha região, simplesmente um colega meu foi filmado por uma câmera escondida, em ações, digamos que inapropriadas, o pior que na chamada para o programa parte da cena aparecia... Ele preferiu deixar cair no esquecimento.

Gente! Tem as enquetes aí ao lado, sei que coloquei um monte delas. Não tem a Historia do melado e a criança? Pois é, na minha primeira vez me lambuzei e coloquei um monte de perguntas, prorroguei o prazo de votação.

Essa semana doei alimentos para carentes e comprei 4 camisas e um par de tênis pro meu amigo “probrinho”! Puxa ele chorou. O tênis é tão bonito que comprei um par igual pra mim também :)

No meu local de trabalho inventaram uma tal de gincana da primavera, puxa ficar enfeitando tudo com balões e flores, as vezes eu penso que sou um gay meio errado, pois não levo jeito para enfeitar as coisas. Hehehe!

Aquele colega de trabalho que se declarou bi, nada aconteceu, entro no orkut do cara e já encontro a foto com a namorada e a frase “Esse é o grande amor de minha vida, faço tudo por ela” toma no meu cú, né! Mas ok! Direito dele! Mas não estou a fim de entrar em coisas deste tipo no momento, mesmo assim, achei que seria bom apresentá-lo a um colega meu, achei que eles se dariam muito bem, porém meu amiguinho bi do trabalho não pareceu muito interessado, então “The End” pra este filme!

Parte 2

No passado entre o meus 1º e 2º namorados, estava em um bar gay e encontrei uma carteira na cadeira em que eu ia sentar, daquelas carteiras de camelô que tem o emblema da policia federal, vi pela identidade um cara com mais de 40 anos, branco, com um bigode, sim, eu gosto mesmo é de caras mais velhos, a carteira tinha a quantia de 105 reais, 4 fotos 3x4 dele, uma foto 3x4 de uma garotinha, CPF, 1 cartão telefônico, 1 carteira de sócio de um clube da minha cidade, papeis de caixa eletrônico, 2 cartões de crédito, 1 cartão de banco, vários cartões de táxi, vários papeis com números de telefones, um talão de cheques, 1 camisinha e 4 cupons para sorteio de prêmios. Como eu sei? Eu fiquei muito interessado naquele cara, e vasculhei cada milímetro daquela carteira, com muitos números de telefone, não seria difícil devolve-la, mas eu queria ir a casa dele, encontrá-lo frente a frente, como eu já disse, havia 4 cupons de uma padaria com um código que seria sorteio de prêmios, pelo endereço fui tal padaria ainda na parte da manhã, contei que encontrei a carteira e fui informado onde ele morava, ao chegar mãe do mesmo me atendeu, disse que ele estava dormindo, muito simpática a senhora me convidou para entrar, foi ao quarto dele e o acordou, ela adorava conversar e foi falando um monte de coisas, perguntou se eu o conhecia, eu disse que não, ela disse que eu não sairia sem almoçar, foi então que o ZL apareceu e entreguei a carteira, ele disse surpreso: - Com o dinheiro!? Toma 50. Não aceitei. Acabei almoçando na casa dele, eu olhava muito pra ele, ele começou a perceber e olhava pra mim sorrindo, queria me levar para casa, claro que aceitei, no caminho, ele, eu: - Onde você encontrou a carteira? –No bar! – Como pude vacilar desta maneira? Deixar a minha carteira no bar? – Pra você ver! Eu estava com um tesão nele, percebendo que ele me olhava com cara de safado, ataquei: - Quero uma recompensa por ter devolvido a carteira! –Já sei o que você quer! É melhor deixar isso quieto! - Eu quero um beijo. Sem delongas beijou a minha boca -Só isso, que você quer? -É... Mas eu acho que mereço mais um! Deu risada e me deu mais um beijo, mão aqui, mão ali, agarramento... – Garoto, não me provoca não, garoto! Vamos pra minha casa? Gente! Não sei até hoje se a mãe dele que devia ter mais de 60 anos sabia exatamente o que acontecia naquele quarto, sei que a gente foi pra lá todas as vezes que era pra rolar algo. Ele era separado na época, vivia com a mãe, tinha uma filha de 7 anos que me adorava, ele trabalhava em uma cidade vizinha, eu estudava na época, a gente se encontrava de sexta a noite a domingo, muito carente e carinhoso, fazia carinhos em público, por ser um homem muito alto, a sua aparência intimidava as pessoas, mas na verdade acho que as pessoas pensavam que era pai e filho (21 anos de diferença). Um mês se passou, ele já tinha dito que bebia muito, mas eu nunca tinha visto ele bêbado, em uma festa ele bebeu e se transformou, ignorante, ciumento, galinha, cantava homens e mulheres... Começou meu inferno. Depois deste retorno a bebida que ele tinha parado depois que me conheceu, todos os encontros, sem nenhuma exceção, ele ficava bêbado, outra coisa que me deixava com muito medo é que ele dirigia, não aceitava ninguém dirigir pra ele, sempre achando que estava bem. Um dia cheguei ao encontro e ele tinha sido assaltado, estava só com a calça jeans, entrei no carro, ele me implorou chorando 50 reais, eu falei que só daria se ele me contasse para que. Ele não queria me contar, insisti, Ele: – Preciso cheiraaar Porrraaa! Me da, meu filho, por favor! Eu dei e exigi dirigir. Sob orientação dele guiei o carro até o local da favela onde vendia a droga, eu estava muito chocado com aquilo, mas queria vê-lo fazer na minha frente. Ele não queria que eu visse, mas forcei a barra, ele cheirou no carro e se acalmou. Eu já tinha visto gente usar vários tipos de drogas, mas o problema é que ele estava, a meu ver, totalmente dependente de álcool e cocaína. Decidi que era muito pra mim, levei o carro para casa dele, a mãe dele acordou muito triste e me disse: - Não sei o que fazer mais com meu filho! Ele arranja namorada ou amigo, fica bem por um tempo e depois volta a beber. Ali eu entendi porque ela fazia vista grossa, ou talvez preferisse que seu filho tivesse um caso homo a ficar se drogando e bebendo. Naquele domingo voltei para almoçar, não apenas por ele, mas por sua mãe também, então perguntei se ele gostava mesmo de mim, 2 meses juntos, ele disse que sou maravilhoso, que gostava muito de mim, sentia muita falta durante a semana, não queria me perder, então combinamos ir ao AA no próximo sábado. Ele aceitou, porém no dia da reunião ele não veio da outra cidade, não atendeu meu telefone, no domingo me ligou pedindo perdão e para eu ir almoçar na casa dele, fui e remarcamos para o próximo sábado. No outro sábado ele não atendeu o celular, mas estava em casa, pois a mãe dele havia me dito, eu não liguei mais pra ele. No domingo ele me ligou pedindo mais uma vez para eu ir almoçar por consideração a mãe dele, mesmo assim eu não fui. A tarde ele me ligou, implorou que eu fosse a casa dele, eu não fui. As 8 da noite resolvi ir, ao chegar ele estava no bar bebendo, quando me viu tentou se esconder, mas fui até ele e falei frente a frente que não ia dar mais, me procure se quiser ir no AA. Fui para o ponto de ônibus onde tinham pessoas, ele se aproximou bêbado: -Você não pode fazer isso, não pode me deixar! Eu dava risada e fingia que era parente meu que estava bêbado brincando, mas estava muito sem graça. - Devolve a minha foto que te dei! Prontamente tirei a foto 3x4 que tinha em minha carteira, entreguei a ele, o ônibus chegou e fui embora.

Parte 3

Enfim, passaram-se 9 anos e na quinta passada pela manhã reencontrei o ZL, um abraço! Como estamos indo? Papo rápido, mas não deixou de falar feliz que havia deixado as drogas e a bebida há 5 anos, troca de telefones, encontro marcado para quinta a noite. Na quinta nervosismo, ele aparece, entro no carro, vamos bater um papo em um local discreto, carro com vidros escuros, “abate móvel”, parados em uma pracinha próxima a minha casa, crianças brincando em uma cama elástica, deitei no colo dele, falei sobre o que aconteceu nestes últimos 9 anos, eu, ele: - Quer deitar no meu colo também? Deitou e levantou a mão e disse: –Massagem! - Caramba! Você ainda se lembra!? Beijos, sorrisos... Depois que embarquei naquele ônibus há 9 anos, ele continuou usar cocaína e a beber, perdeu o bom emprego que tinha, não cheguei a perguntar como ele conseguiu abandonar a cocaína e o álcool, ao invés disso, eu preconceituoso perguntei se ele havia virado crente, ele disse que não, disse que foi fácil deixar a cocaína, muito difícil deixar o álcool, não conseguiu abandonar o cigarro, um ano depois conheceu uma mulher, se casaram, mas devido a um AVC ela faleceu há 35 dias, LZ começou a chorar e desabafar, deitado no meu colo, eu fiz cafuné... - Quando chego a casa, procuro por ela até no banheiro, fico na cama e começo a chorar... Luiz meu filho! Sabe que você sempre foi meu menino? Luiz, preciso muito de você... Vamos fazer o seguinte, vamos almoçar domingo na casa de mamãe? Ela sempre pergunta por você. -Vamos sim, mas vai com calma, reflita, você está muito carente neste momento, eu já estive assim quando meu namorado me deixou, mas saiba que você tem um amigo que sou eu. Ele estava convencido que o meu aparecimento neste momento de sua vida era coisa do destino. –Amanhã (sexta) a gente se encontra? - Claro, garoto! Beijo, abraço apertado, despedida... Chego a casa pensando sobre aquilo, percebi que estou muito desacreditado infelizmente. 1 hora antes do encontro, ligo: - Opa! Tudo certo hoje? Com um tom meio agressivo ele disse: - Luiz, estou deitado na cama já quase dormindo, pensei e vi que não estou preparado para um novo relacionamento. - Ok! Entendo que ainda está muito recente a sua perda, valeu então! –Valeu. –Tchau. –Tchau.

Simples assim.

Estou fugindo de complicações, o menino cresceu, estar só, ficar sem fazer sexo não mata ninguém, pelo menos, não me matou nestas semanas.

10 comentários:

FOXX disse...

semanas?
experimenta alguns meses
ai tu vai saber o que é carencia...

Luiz Pep disse...

Foxx!!!! Faz isso não mininu!!!!

Anônimo disse...

Oi! Semanas... enfim!! Gostei de ler, terei de cá voltar!
Um abraço.

Il Bastardo disse...

Na grande maioria das vezes que me vi apaixonado e sofri pelo fato da não correspondência posso dizer que disparado foram péssimas escolhas que só com os anos passados e o devido amadurecimento percebi o quanto estava escolhendo mal e fiquei feliz por ter dado tudo errado, não sei se serve de consolo.

Luiz Pep disse...

Taurnil - Por ter gostado do meu blog feliz estou, bem vindo sinta-se vc, sempre volte! :)

Il bastardo - Muito do que vc disse é comum ao que me aconteceu, mas hoje estou muito bem :)

Leo Carioca disse...

Oi, Luiz!
Já acabou a votação das enquetes? Tentei entrar nelas mas não consegui...

Cara Imperfeito disse...

Oi Luiz,
Mto massa esse teu espaço.
Fiquei impressionado com esse lance com o "ZL". Tem que gostar mto pra ficar o tempo todo ao lado.
Achei bacana, parabéns!
=)

Abraço!

Luiz Pep disse...

A todos os blogamigos, estou muito sem tempo, fico com a maior vontade de visitar os blogs de vocês, mas sabemos que isso é normal tem uma semanas que ficamos sem tempo mesmo. Um beijão e abração para todos :)

Leo Carioca - Reabri as enquetes :)

Cara imperfeito - Na verdade não fiquei ao lado dele por muito tempo, pois na época era muito difícil controlá-lo quando bêbado, eu seja, eu vi que estava correndo um risco enorme, mas deixei a porta aberta se ele quisesse ir a um AA comigo, porém o mesmo não foi, mas ainda bem, se for verdade dele, que agora ele se livrou deste caminho de auto destruição :) Não houve retorno ao que tivemos, mas se ele quiser tentar, estou aqui, por enquanto solteiro, hehehe. bjs

G. Fernanda disse...

Ai que estoria hein...

Reencontros sempre marcam a gente, seja pelo retorno ao passado seja pela mudança das coisas, que bom que ele está bem agora, acho que isso tira um epso da gente não é?

Bem gostei daki voltarei assim que der...

Homem, Homossexual e Pai disse...

poxa Luigi! Esdtes retornos devem ter um peso emocional muito forte! Nem sei o que pensar!
Imagino como vc se sente!
abs