Eram oito da manhã, eu estava indo para casa e passei por uma praça, achei que tinha visto um amigo “amigo pobrinho” deitado na borda do chafariz, mas logo me convenci que estava enganado e era outra pessoa. À noite fui a casa desse amigo, ele já foi contando: - Eu saí do clube, estava bêbado, sentei na borda do chafariz, ainda me lembro de querer deitar um pouquinho, eram dez horas da manhã quando caí dentro do chafariz e me assustei, Luiz você nem imagina a vergonha que senti... Muito engraçado!
Agora, mais um episódio de “O irmão dele”!
Não vejo direcionamento para o sexo, amor ou amizade, algum amigo poderia comentar sobre o que acha que está acontecendo?
ZC não ligou naquele fim de semana, na segunda passei por ele, como eu disse, o local de trabalho dele é perto do meu, passo por ele quase todos os dias, então batemos um papo, ele estava nervoso, eu, ele: - Luiz, não quero que você crie esperanças, não fique preso a mim, não quero que você desperdice uma oportunidade com alguém por minha causa, não sou o moleque do meu irmão e não quero te enganar... Tenho que resolver minha situação... (relacionamento). – Tudo bem, não vamos complicar mais, eu entendi. Saiba que não estou te pressionando, pois foi você que veio até mim. – É, eu sei disso e admito que tenho interesse em você... -Você quer fazer sexo sem compromisso? – Não, pelo contrario, quero você como amigo, eu não quero é trair ou enganar ninguém... –Bom, pelo menos foi sincero! (Acho) - Gosto da verdade acima de tudo. Ele ficou mais calmo e começou a falar sobre outros assuntos, perguntou o que eu fiz no meu fim de semana e disse como foi o fim de semana dele.
Dois dias depois mais um papo, falamos sobre muitos assuntos, ele fala muito mais do que eu, fala de fatos do dia dele, fala muito sobre trabalho, um pouco sobre um dos seus filhos que sempre vai visitá-lo, nada sobre relacionamentos íntimos ou sentimentos, neste dia convidei-o para almoçar, ele aceitou, eu, ele: - Luiz estou pensando em alugar uma casa na praia SSS. – Cara eu também estava pensando em fazer isso. Se você quiser podemos alugar juntos. Pensei que não deveria ter sugerido isso, mas já eu já tinha falado, não daria pra voltar atrás, mas para minha surpresa ele ficou bastante empolgado – Ótimo! Você pode procurar pra gente? – Bem, neste caso acho melhor você fazer isso, pois estou meio sem tempo. – Certo, vou verificar e falo com você. Apenas meus filhos devem aparecer por lá. – Eu acho melhor eu não me misturar com eles, tenho receio. – Que nada Luiz, isso é uma bobagem! – Ok! Veja e fale comigo, aí a gente decide... Mais uma vez ele pergunta. – Luiz o que você fez no ontem? – Nada. – Você não saiu de casa? – Ah! Fui à casa de um amigo. E você? – Eu fiz uma faxina na minha casa, lavei o carro, foi aniversário da minha mãe, teve um churrasco, eu comprei as carnes, mas não fui a casa dela... – Não indo a casa de sua mãe você escolheu ficar só e depois reclama que está se sentindo solitário. – Sinto-me menos só quando trabalho. Limpando a casa e o carro o tempo passou rápido! – Eu sempre estou com pessoas, mas as vezes me sinto só, sinto falta de deitar no colo e receber um cafuné. – E o contrário? Fazer cafuné, também gosta? – Claro! Também gosto de fazer carinho! – Eu sou muito frio não tenho muito jeito pra fazer carinho, mas aceitaria seu cafuné, hehehe...
Dois dias depois mais um papo, perguntou mais uma vez o que eu tinha feito no dia anterior e contou que foi a praia AAA. Ele mostrou um CD que estava arranhado, eu disse que poderia gravar outro igual, ele disse que teria que ir ao shopping XXX a noite e lá eu poderia entregá-lo o CD. À noite fui ao local, mas ainda não tinha gravado o CD, expliquei que não tive tempo e entregaria depois, ficamos de papo, ele perguntou se eu queria uma carona, eu falei que ia para algum lugar comer, fiz um convite e ele aceitou. Fomos a uma churrascaria, muito falador, o mesmo papo sobre tudo, menos assuntos sobre sua vida sentimental, no fim ele quis dividir a conta, mas não aceitei, paguei e disse que ele deveria me convidar outro dia, então ele pagaria, entramos no carro dele e sem me perguntar seguiu o caminho para a minha casa. Coloquei a mão na perna dele, eu, ele: - Quer que eu tire minha mão? – Não, pode deixar. Continuou falando vários assuntos. - Luiz, você gosta do meu irmão ainda? - Gosto, mas não voltaria a relação. - Mas eu tenho certeza que ele ainda vai te procurar. Pausa. -Se você ainda gosta dele porque você não liga pra ele? – ZC, eu jamais faria isso, o seu irmão é passado. Ao chegar a minha casa. - Quanto foi a conta? – Novamente com esse assunto? Se voltar a falar nisso eu paro de falar com você. Em um tom de brincadeira. – Até parece que vou deixar! Luiz, você já é meu amigo! – Sou seu colega, amigo a gente vai se tornar com um tempo. – É verdade. Tchau! -Tchau!
Saí do carro e FINGI falar pelo celular com alguém, ele fez o retorno com o carro, buzinou e foi embora. Decidi prosseguir com a “mentirinha”. Esperei um tempo e liguei para ele. Eu, ele: - ZC você ainda está por perto? – Sim estou. - Poderia me dar uma carona? – To voltando! Dentro do carro, coloco a mão na perna dele novamente. -Vou ficar em frente ao supermercado FFF. - Seu colega te chamou pra sair? – Sim. – Mas foi você quem ligou pra ele. Fiquei em silêncio, ele continuou. – Eu vi que foi você quem ligou pra ele. – Sim, eu liguei. Pausa. – Ele é outro Paulo? (Irmão dele, ex meu.) – O que estou fazendo te incomoda? Falei calmamente, parecendo espantado. – Não, nós não temos nada mesmo. Além do mais, eu também não saio sem você? – Se não temos nada, então por que pergunta? – Só curiosidade mesmo. – ZC você é possessivo. – Não sou. - É sim cara, pode falar, pode se abrir. – Só estou querendo saber. Pausa longa. - Então? Ele é outro Paulo? – Não é outro Paulo, apenas um amigo. – Ta vendo? Era só responder! Pausa. - Por que você vai ficar em frente ao supermercado? – Ele vai pedir o carro emprestado ao pai, se eu aparecer na casa dele o pai pode negar, ele vai me pegar na frente do supermercado. – Já sei, você vai ao local RRR com ele que é ali perto! – Não vou lá não. - Aonde vocês irão? – Ainda não sabemos. Chegamos ao local. – Tchau, da uma ligada depois! – Pode deixar. Tchau! -Tchau! Enquanto eu saía ele disse baixinho. – Estou excitado! Imediatamente voltei ao carro. - O que você disse? – Nada! - Você disse que estava excitado! – É só vontade de urinar! Disse sorrindo – Olha rapaz, não me provoca não! Você é maluco! Respondi sorrindo também. - Você não viu nada! Tchau! – Tchau!
O que será que ele quer? Diz uma coisa e age de outra forma! Ao mesmo tempo que reafirma não ter nada, justifica a minha saída sem ele como direitos iguais, como se fosse um relacionamento aberto! Nunca fala sobre seu relacionamento íntimo, mas também nunca fala sobre sexo, fala muito pouco sobre sentimentos, é lógico que não coloquei tudo que passei com ele acima, ele reclama da solidão, ele fala que tem uma mulher que dá em cima dele e ele não atende o cel, as vezes penso que é pra me provocar, diz que quer ser meu amigo, mas ao mesmo tempo que não tem um papo de namorado, não tem papo de amigo, parece ter ciúmes as vezes...
Nos encontramos na sexta passada, depois deste dia ele não me ligou, aliais ele nunca me ligou, sempre nos falamos quando passo por ele, então deicidi não ligar. Gente, só consigo estas coisas complicadas mesmo. Saibam que estou vacinado e “um dos meus pés está atrás”. Estou curioso em saber o que ele quer na verdade, mantenho uma esperança que pode rolar algo, mas se não acontecer tudo bem, sem abalos maiores. Crianças manterei-os informados.